segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

O começo de todas as guerras


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        A palavra paz é um sonho de consumo de todos homens, povos e nações. Se busca todas as formas de paz possível e o resultado nunca é satisfatório. Se faz guerras em nome da paz. Parece ser algo ilusório: quando pensa ter em mãos se desfaz em um instante. Então novamente se continua a caminhada em busca do tão sonhado momento de paz. Dos tempos mais remotos até a pós-modernidade a saga humana em prol da paz é contínua. Em termos genéricos a paz é ausência de conflitos seja ele externo ou mesmo interno. Porém alguns conflitos externos é o resultado de um conflito interno. A maneira em que um indivíduo percebe o mundo em sua volta procede de um parecer interno contrastado com a visão capitada no seu exterior. Ao captar os eventos exteriores uma mente recorre a todas as suas experiências para tentar decifrar o mundo conforme suas próprias concepções. Se está seguro de si pouca coisa o perturba, porém se há crises existenciais poucas coisas o deixarão em paz.  



       Como no exemplo de Caim em Gênesis capítulo quatro todo problema gerado exteriormente na visão de Cain, estava alojado em seu interior. Sua cosmovisão do mundo foi formada pela concepção que ele tinha de si mesmo. Primeiro, maquinou um assassinato por se sentir menosprezado em comparação ao outro, caso não existisse um modo de comparar certamente não haveria assassinato. Segundo ele julgou o mundo de acordo com a sua visão interna: visão de um assassino. Para ele todos eram assassinos em potencial. A resposta para o conflito interno de Cain está no versículo sete do capítulo quatro de Gênesis: Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.  Era dever de Cain dominar o desejo de pecar, mas o que segue na narrativa é a culminação, o ato mais elevado em que uma pessoa pode cometer contra o seu semelhante que é o assassinato. Não tem mais jeito. Não há como voltar atrás e pedir perdão. Só lhe resta a culpa e mais conflitos interiores.






     A paz para Caim se esvaiu quando ele foi surpreendido pelo Senhor por sua oferta ser rejeitada. Imaginou um mundo sem comparações em vez de aceitar que cada indivíduo precisa aprender com sigo mesmo e aceitar as diferenças dos outros. Ao levar Abel para dentro de seus conflitos internos, viu uma única saída: eliminá-lo. Assim começam as guerras. Quando a única saída que se vê não é a melhora como pessoa e sim a eliminação de pessoas que são mais bem sucedidas ou que estão causando algum desconforto. Ele imaginou que se Abel não existisse Deus não compararia sua oferta com a dele. Só que Deus não cai o padrão só porque não há comparações. Deus queria estabelecer o Seu padrão em Caim, sem medir pelo padrão de Abel. Deus não menciona Abel em nenhum momento como padrão, apenas diz que se ele procedesse bem seria aceito. Cain seria aceito e consequentemente sua oferta também. 

Resultado de imagem para raiz de amargura       Em Hebreus capítulo 12, do versículo de 14 em diante lemos: Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem. Aqui o cerne do texto é a paz com todos, a santificação e a firmeza na fé. De forma imperativa o autor instrui que se deve caminhar em paz com todos, o que perturbou a paz de Cain foi o pecado que ele não dominou. Se não se domina o pecado ele domina, e essa é a primeira tarefa do pecado: perturbar a paz interior. Não havia motivos para assassinato a não ser o que estava dentro dele, no seu mundo interior. São palavras contrárias as escrituras que perturbam a paz com Deus. Que privam da Graça de Deus. Porém o que mantém a comunhão dos santos é a santificação sem a qual não se ver a Deus. A santificação nos une a Deus para Ele nos unir ao corpo, tudo através de Jesus e conduzido pelo Espírito Santo. Quando o homem perde a comunhão com Deus por falta de santificação ele se torna adorador de si mesmo, depois não sendo o suficiente procura algo mais para preencher o vazio. Vai atrás de outros deuses desprezando o trabalho de Cristo para restaurar a comunhão. Isso é a raiz que irá produzir o fruto amargo. Tal comunhão com Deus faltou a Cain. Tal comunhão com Deus falta na Igreja. Tal comunhão com Deus falta no mundo.

O começo de todas as guerras está na concepção do pecado que afeta o coração. Seguir em paz com todos somente é possível quando a paz interior é uma verdade. Toda captação externa de uma mente em paz irá produzir meios para contornar ou mediar conflitos existentes em outras pessoas. Como está escrito: Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus (Filipenses 4:5-7). Aqui está o fim de todas as guerras. A paz de Deus que independe das circunstâncias, situações e entendimentos. Ela é capaz de colocar em guarda o coração e mente se for entregue toda inquietude a Ele. Onde começam as guerras também é onde se põe fim nelas. Em um coração santificado a Deus, o mundo pode ruir que a paz de Cristo estará lá para guardar.

      É praticamente impossível imaginar um mundo sem guerras, seria uma utopia, até porque a bíblia frisa haver guerras e mais guerras ao aproximar o fim dos tempos. Mas se pode ter um mundo de paz em meio a todos os conflitos. E se alguém for honestos o suficiente para aceitar que a maioria de suas guerras começam no próprio ser, menos conflito se terá. Cada movimento que um indivíduo faz em prol da paz simplesmente assinala a sua paz interior. É possível ter paz em meio à guerra dos outros. É possível viver em paz com todos, até com os que não querem paz. Lembre-se: "se está seguro de si pouca coisa o perturba, porém se há crises existenciais poucas coisas o deixarão em paz".